Baleia azul é o tema do momento, mas será que todos sabem o que estão comentando, postando e compartilham nas redes sociais? Será que a responsabilidade dos pais é somente disciplina e controle? Você também acha que proibir que seus filhos fiquem no computador ou invadir, colocar senha e tal, resolve este problema nem continue lendo isto. Isso é simplificar demais o problema. Autoritarismo não impede suicídio. Talvez impeçam que aconteçam através de um jogo.
Ninguém se mata por falta de limite, se mata por depressão. Sintomas não percebidos por ninguém ou negligenciados, como, medo, raiva, frustração, sensação de incapacidade, sensação de não pertencer ao mundo que em vive, tristeza que não passa, sensação de inferioridade. É preciso buscar a origem disso, uma depressão é muito provável e como pais precisamos observar esses sinais Depressão que leva a suicídio é consequência de problemas mentais, e pode ter varias causas, é uma doença grave. Quase um milhão de pessoas se matam por ano, não é só um jogo. É uma realidade.
Muito mais que limites como estão colocando nas redes, a solução está na atenção, no dialogo, na percepção, no olhar, na escuta. Em entender porquê os filhos não confiam nos pais para contar os problemas que os afligem. Este sim é um problema, precisamos deixa-los a vontade para que possam pedir ajudar quando preciso, que possam dizer que não estão bem. Estamos nos ausentando, estamos não nos importando, não levando em consideração suas dores? Eles precisam de alguém para falar a respeito, por isso o jogo faz sucesso com eles. PEDIDO DE SOCORRO.
Falta de estrutura dos pais em lidarem com seus filhos é um ponto crucial, mas esse não é o único problema. O problema começa antes, muito antes, na relação dos próprios pais consigo mesmos talvez. Nós temos muito falta de habilidade de OUVIR. O que fazemos quando uma criança ou mesmo nós, falhamos? Dizemos “você e forte” O que fazemos? Queremos que a pessoa seja sempre melhor, melhor e melhor, o que faz quando sente que não é? O que nós pais fazemos? Não queremos saber de problemas. Simplesmente porque não fazemos a mínima ideia do que fazer com eles, de que eles existem e que é normal e posso ser ou estar passando por eles, não me sentir um nada, um ET.
Queremos que os filhos (finjam estar) estejam bem para não termos que lidar com suas dores, suas frustrações, porque não p sabemos lidar com as nossas dores, frustrações e limitações, engolimos tudo e saímos pela vida como se estive sempre bem sem perceber seus efeitos. Se nosso filho está triste, queremos que fique alegre, se está com raiva dizemos para não senti- la, se está decepcionado, dizemos que pode ser melhor, se se sente incapaz dizemos não que pode mais, que não e, o que fazemos é que não permitimos que esteja “fraco” nem um momento sequer. Claro que tem uma intensão positiva nisso tudo, quero fortalece-los, SÓ QUE NÃO FUNCIONA.
Devemos e podemos sentir nos fracos, tristes, com raiva, etc, de vez em quando. Não deveríamos criar tanta pressão, ser isso, ser aquilo e ser o melhor e ter que dar conta, não decepcionar, culpa por não ser, ter ou fazer, raiva reprimida, tristeza não vivida, até mesmo um problema hereditário que não entendamos mas gera sentimentos desconfortantes, não queremos saber, queremos um filho perfeito, que não nos traga problema que não podemos lidar. Possivelmente quem se envolve nesse tipo de jogo já vem sofrendo há tempos em ninguém perceber nada. SIMPLESMENTE ÀS VEZES NÃO PERCEBEMOS, porque as vezes não sabemos como perceber. Não prestamos atenção, não temos parâmetro, ou porque não queremos enxergar e aceitar que o filho esta com um problema, que precisa conversar ou que precisa da ajuda de um profissional, ase vezes sentem vergonha ou os problemas emocionais são desconsiderados, tratados com descaso, terapia é luxo, desnecessário.
Eles precisam ter liberdade para expor suas angustias, que precisa saber que não é anormal por causa dessa dor. Se buscarmos as histórias dessas crianças que se mataram, entenderemos suas dores por trás dessa “ manipulação do jogo”. Muitas delas encontrariam outra forma de suicídio, portanto tratamento é necessário. Médico e terapia.
Quanta cobrança também gerada nos pais, que sentem que NÃO PODEM NÃO SABER. É mais confortável saber que podemos não saber, so estar junto, apoiar, descobrir junto o que fazer, como, onde. Precisamos de amor, de apoio. Só isso.
Precisamos entender que nós erramos, que temos permissão para errar, ensinar as crianças desde pequenininhas que podemos aprender com erros e devemos aprender a errar, podemos ser, im- perfeitos também, pais não gerem tanta culpa nos seus filhos, tanta pressão sem perceber suas necessidade, ao contraio do que esta falando qu e” deixamos tudo e por isso estão se matando, não é verdade, deixamos tudo sim, tudo que se trata de problema sem resolver, porque é difícil....educar não é só comprar coisas ou brincar...é falar de dor e de amor...que podemos aprender, podemos escolher. Podemos cuidar mais dessas crianças e de nós mesmos.
Magna de Oliveira Melo- Psicoterapeuta